Romantismo no Brasil para a prova ENEM
Aprenda como se sucedeu o romantismo no Brasil para que possa fazer uma boa prova ENEM. Veja a época inserida, seus costumes, características, estilo e muito mais!
Antes de iniciar os estudos a respeito do Romantismo no Brasil é preciso entender em que momento a história se firmava.
Sendo assim, você verá acontecimentos que ocorreram antes da entrada desse estilo literário no Brasil.
O que imperava era Neoclassicismo-Arcadismo que foi, na verdade, um embrião do nacionalismo literário do século XIX. E nessa mesma época foi que surgiu o Romantismo.
Um dos seus grandes marcos foi o poema A Canção do Exílio que se tornou um dos mais famosos de toda a literatura brasileira.
Ela foi composta em 1843, 21 anos após a Proclamação da Independência do Brasil.
A Independência acelerou a modernização do país e pôs fim ao período de 322 anos (1500-1822) em que o Brasil foi colônia de Portugal.
Romantismo no Brasil
A vinda da família real portuguesa ao Brasil em 1808 é o antecedente mais importante do romantismo brasileiro.
O Rio de Janeiro deixa de ser uma cidade colonial para se modernizar.
João VI funda a Imprensa Nacional, a Biblioteca Nacional e a Escola de Belas-Artes, dando grande impulso às artes e à cultura.
Com a volta da Corte portuguesa à Europa, em 1821, e com a Independência, em 1822, o Brasil procura solidificar esse processo de modernização.
Para isso, houve a fundação, por exemplo, das primeiras escolas de nível superior.
Em 1827, é instalado o curso de Direito nas faculdades de Olinda (depois transferida para o Recife) e de São Paulo.
Em 1836, em pleno Período Regencial, o Romantismo inicia-se no Brasil com a publicação de Suspiros Poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães, e com a revista Niterói.
Por esse motivo, uma das grandes características do Romantismo no Brasil é realmente o nacionalismo.
Para os artistas, ao lado da independência política, era a hora de buscar a independência cultural, de valorizar assim a terra “onde canta o sabiá”.
Poesia romântica brasileira
Não se pode falar de romantismo sem fazer a ligação com a poesia romântiva.
Podemos verificar um marco importante nessa época da história.
Talvez, você já tenha ouvido dizer que ela costumeiramente se divide em 3 gerações:
1ª geração = nacionalismo
2ª geração = individualismo
3ª geração = liberdade
Cada uma dessas 3 gerações valoriza especialmente uma das 3 características fundamentais do Romantismo.
Observe abaixo algumas de suas características divididas em cada geração.
Características das 3 gerações da poesia romântica
1ª geração – Indianista
- Caracterizou-se pela idealização do índio e pela valorização da natureza
- Seu ponto mais alto é a obra de Gonçalves Dias, Primeiros Cantos
- Os dois poemas do maranhense Gonçalves Dias: Canção do Tamoio e Os Timbiras são exemplos clássicos dessa literatura indianista, que contribuiu decisivamente para consolidar um ideal de soberania cultural
2ª geração – Byroniana ou ultrarromântica
- Identificou-se com a poesia do mal do século, motivada pela melancolia, pelo tédio e pela morte
- O grande nome dessa geração (principal autor) é Álvares de Azevedo, de Lira dos vinte anos
- Recebeu grande influência pela obra do inglês Lord Byron
- O individualismo, o egocentrismo, a melancolia, o satanismo e o sentimentalismo tornaram-se marca registrada dos poetas desse período
- Autores de destaque: Casimiro de Abreu, Junqueira Freire, Fagundes Varela
3ª geração – Condoreira
- Deu grande espaço à poesia social, muitas vezes inspirada no anseio pela República e pela Abolição da escravatura
- O maior poeta condoreiro no Brasil foi Castro Alves, de Espumas flutuantes
- A poesia candoreira nasceu na França, principalmente, por influência da obra de Victor Hugo
- O adjetivo de condoreiro deriva de condor, ave típica da América andina e que se tornou, no século XIX, uma verdadeira metáfora da liberdade
Prosa romântica brasileira
A prosa brasileira do período se desenvolveu sobretudo por causa do romance, gênero literário que não existia em nossa literatura antes do Romantismo.
Essas longas narrativas em prosa apresentaram um conflito central (normalmente motivado por história de amor).
Também apresentaram uma série de conflitos auxiliares.
Todas essas narrações contribuíram para a consolidação do ideal de independência cultural apregoada pelos românticos.
A maioria dos romances da época era publicada sob a forma de folhetins, nos jornais do Rio de Janeiro.
O folhetim era uma espécie de suplemento cultural dos jornais do século XIX. Ele correspondia, normalmente, à parte inferior de página ou a uma coluna de uma de suas páginas.
Nesse espaço, os romances eram divulgados por capítulos, periodicamente, e só mais tarde recebiam a forma de volume.
Escritores românticos do Brasil
A maioria de nossos escritores românticos dedicou-se à produção de obras.
Muito dessas obras foram publicadas em folhetins. Eles foram sendo influenciados por certas características da literatura folhetinesca, que também existia na Europa.
Dentre os escritores que se destacaram, convém citar:
- Teixeira e Sousa (autor de O filho do pescador)
- Joaquim Manuel de Macedo (A moreninha)
- Manuel Antônio de Almeira (Memórias de um Sargento de Milícias)
- Bernardo Guimarães (O seminarista)
- Visconde de Taunay (Inocência)
- Franklin Távora (O cabeleira)
Marcos da Literatura Romântica
- 1808 – Vinda da família real para o Brasil
- 1822 – Independência do Brasil
- 1825 – Início do Romantismo em Portugal; publicação de Camões, de Almeida Garret
- 1831 – Abdicação de D.Pedro
- 1832 – 1834 – Disputa do trono português entre D. Miguel e D. Pedro
- 1834 – Início do reinado de D. Pedro IV em Portugal
- 1836 – Início do Romantismo no Brasil; publicação de Suspiros Poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães
- 1840 – Início do reinado de D. Pedro II no Brasil
- 1844 – Publicação de Eurico, o presbítero, de Alexandre Herculano
- 1846 – Publicação de Viagens na minha terra, de Almeida Garret, e de Primeiros cantos, de Gonçalves Dias
- 1852 – Publicação de Lira dos Vinte Anos, de Álvares de Azevedo
- 1857 – Publicação de O Guarani, de José de Alencar
- 1862 – Publicação de Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco
Aprendeu algo diferente desse estilo literário tão notável e importante para a nossa história?
Comente o que mais lhe chamou atenção desse período romântico no Brasil!