Sujeito – Conceito e como identificá-lo?
Conheça sobre o sujeito, o seu conceito e como identificá-lo na oração. Aprenda mais sobre essa parte que é importante para a prova Enem.
O estudo do sujeito (e também do predicado que iremos ver em breve no outro post) faz parte da sintaxe na Língua Portuguesa.
A sintaxe, de forma breve, pode ser definida como a componente da gramática. Ela contém as regras de combinação das palavras da língua para a formação de frases e orações do período.
Sendo assim, é de extrema obrigação você estudá-lo. Ainda mais para a prova do Enem onde está presente em quase todos os enunciados. Aproveite para aprender mais sobre sujeito e tudo que o envolve na Língua Portuguesa.
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Conceito de sujeito
É o suporte ao qual é endereçada a afirmação contida no predicado.
A propósito do seu significado, é preciso desfazer a velha ideia de que é sempre o agente da ação verbal. Pode ser, mas não necessariamente. Eis alguns exemplos:
- O pássaro voa
- O pássaro bicou a fruta
- O pássaro caiu no chão
- O pássaro foi espantado pelo barulho
Em todos os casos, pássaro funciona como suporte das afirmações contidas no predicado. Está, pois, funcionando como sujeito. Mas apenas nas duas primeiras é o agente da ação verbal.
Nas outras duas é o paciente, isto é, está indicando quem sofreu a queda e quem sofreu a ação de ser espantado.
A condição essencial para a constituição de um predicado é o verbo. Prova disso é que o verbo é a única classe de palavras as quais podem, sozinhas, constituir um predicado. Exemplo:
- Acidentes acontecem
Não há nenhuma outra classe de palavras com essa propriedade. Mas não se pode concluir apressadamente que todo verbo a tenha. A maioria deles, aliás, reclama o acompanhamento de outros termos para formar um predicado, como vem ilustrado nos exemplos a seguir:
- O dia amanheceu
- O dia amanheceu cinzento
- O dia amanheceu cinzento em São Paulo
- O dia amanheceu cinzento em São Paulo hoje
- O dia sucedeu à noite
- O dia já vem surgindo atrás dos montes
- O dia está sujeito a pancadas de chuva hoje
- O dia hoje começa nublado
- O dia hoje foi o mais frio do ano
Todos esses exemplos demonstram que o predicado pode ser formado por um verbo apenas, ou por um verbo e outros acompanhantes, mas necessariamente contém um verbo. Mesmo que esteja elíptico (apagado), ele sempre estará presente.
Marcas típicas do sujeito – Como identificá-lo?
Se de um lado é difícil dar uma definição simples e ao mesmo tempo satisfatória, de outro é muito fácil identificá-lo na oração por meio de suas propriedades típicas. Vejamos cada uma delas.
1 – Concordância
O verbo da oração concorda com o respectivo sujeito. Isso quer dizer que a desinência do verbo fornece pistas para identificá-lo. Prova disso é que, muitas vezes, nem é preciso explicitá-lo. Exemplos:
- Eu pensei que tu estavas flutuando!
- Pensei que estavas flutuando!
2 – Colocação
No português, a colocação mais usual do sujeito é antes do verbo (na escrita, à esquerda). Excetuados alguns poucos verbos, mesmo que o sujeito venha colocado depois, a oração fica plenamente aceitável com a transposição para antes. Exemplo:
- Ocorreram durante o verão deste ano, sobretudo no interior do Paraná, perdas significativas da safra do feijão.
O sujeito, posposto ao verbo nessa frase, fica mais perceptível quando anteposto, como na frase abaixo:
- Perdas significativas da safra do feijão ocorreram durante o verão deste ano, sobretudo no interior do Paraná.
3 – Permutabilidade por um pronome do caso reto
Os pronomes do caso reto (eu, tu, ele, nós, vós, eles) funcionam como sujeito. Quando ele é constituído por um substantivo, pode ser permutado pelos pronomes ele, ela, eles, elas. Tomemos este exemplo:
- Há flores no jardim
A falta de concordância com o verbo já indica que a palavra flores não é o sujeito. Além disso, não é possível deslocá-lo para a esquerda do verbo e permutá-la pelo pronome do caso reto correspondente (elas):
- Elas há no jardim (frase inaceitável)
Não se pode dizer o mesmo sobre esta frase:
- Existem flores no jardim
Nesse caso, flores é o sujeito, que pode ser colocado antes do verbo e trocado por elas, fazendo a concordância.
Elas existem no jardim é uma frase perfeitamente aceitável na Língua Portuguesa.
4 – Ausência de preposição
Uma marca linguística útil para descartar a hipótese de sujeito é que este nunca vem precedido de preposição. A sua marca serve para desfazer ambiguidades.
Uma frase como “Uma boa mãe um bom filho deseja” é ambígua. Isso porque pela compatibilidade de sentido e pela concordância, tanto mãe como filho podem ser interpretados como sujeito do verbo desejar.
Permutando o sujeito por um pronome reto, teríamos duas versões possíveis.
1) Interpretando a mãe como sujeito – Ela um bom filho deseja
2) Interpretando o filho como sujeito – Uma boa mãe ele deseja
Para desfazer a ambiguidade, basta marcar com uma preposição o termo que não se quer como sujeito. Assim, teremos então:
1) Uma boa mãe a um bom filho deseja
2) A uma boa mãe um bom filho deseja
Em resumo, como ele é uma função que não vem marcada por preposição, um termo precedido de preposição não pode ser interpretado como sujeito.
Você aprendeu rapidamente o seu significado e como poderá identificá-lo na oração. Viu também exemplos para que esclareça melhor em sua mente.
Esperamos que tenha sido de grande valia para o seu preparo na prova do Enem e que pratique lendo textos, poemas e suas diversidade de tipos.
Em outro post, abordaremos os tipos de sujeito para que entenda como eles aparecem na oração.
Se quiser, comente algo que gostou, que já sabia sobre o sujeito ou que esclareceu melhor o seu entendimento. Compartilhe, se assim desejar!